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domingo, março 04, 2012

Catorze
Ele se sentia culpado de algo. Ou culpa é muito (buraco no estômago?) para um eu conectado o tempo todo, sem conexões. Seu pai o via como seu filho juíz, sua mãe como uma celebridade literária.
Vivia seu próprio mundo, suas próprias regras, já desmaiara na sala de aula por inalar fertilizante, isolamento é felicidade. Devia ser mau por natureza. Um erro, torpe, criminoso, livre, não queria limites, buscava a extinção, ir além. Rápido, novo, grande. Sociedade psicótica.
Um erro. Agiria assim.
Os pais em Nova Iorque, os tios no condomínio, ele andava de jetski na praia. Cansou-se.
Foi conversar com um amigo, o francês barbudo que vendia miau-miau.
“A única forma de purgar a culpa é ser realmente culpado” - ele disse.
Quando abriu o corpo, gostou de sentir o calor nas mãos.

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