Páginas

Ajude a manter esse blog

quarta-feira, janeiro 09, 2013

Maria 


1
Eu fui sua aia na França. Eu vi quando ela dormiu como uma égua fogosa com o rei e outros cavalheiros.
O rei inglês percebe seu sorriso na corte. Ele ordena que ela vá ao se quarto. Ela resiste, discutem em particular durante uma caçada.

O marido joga-lhe na cara sua antiga ligação com o rei. Ela chora. Entrega a ele seu bebê com raiva. “Seus filhos terão um nome graças a mim”.

Sua irmã retorna à corte. Ela incentiva que se case com o rei.

Os pais a isolam da família devido aos boatos sobre seu passado.

A irmã aborta. Manda chamá-la. O rei a está traindo.

2
A princesa, a maior beldade de seu tempo, quinze anos. Ouro sobre tecido vermelho. Os navios foram desviados pela tempestade. Eu fiquei com ela quando todos a abandonaram. Sua comovedora carta, quando, viúva depois de três meses, foi encarcerada como manda o costume, dizia: “Agora peço à Vossa Alteza, meu Irmão, que me deixe retornar à minha terra e me case por minha vontade, que obedeci sua vontade como serva fiel”.  

Soube que minha dama estava na corte e que o rei demonstrava interesse por ela. Pedi que intervisse para libertar-me e que eu pudesse casar com o duque da minha escolha. Eu retornei depois de longa negociação, pois alguns queriam que meu casamento representasse papel junto aos Habsburgos, tendo sido obrigada a dar minhas joias ao meu rei.

Nós nos separamos quando minha irmã (funesta Fortuna a nossa) se tornou favorita do rei – sua família desejava outra coisa para o irmão. Mesmo lutando pelo casamento, sou afastada da corte depois dele.

A duquesa, minha amiga antiga, me escreve dizendo que está muito doente e dá a entender que seu marido está interessado na noiva do filho, de dezoito anos. Quando ela morre (o filho a segue em pouco tempo), o caixão baixa na Igreja de Santa Maria, destruída pelos iconoclastas uma década depois. Pela vontade de Deus, seu corpo é resgatado.

3
Ainda jovem, fiquei conhecida como devassa. Na França, se vivia com muito mais liberdade; a corte italiana ensinara a vaidade, o culto à beleza e o amor carnal aos nobres. Eu me diferenciava apenas por uma língua ferina e por não deixar um homem ignorante sem resposta.

Dançam. Ela corou quando ele falou ao seu ouvido. Seria rainha?

Os boatos de que estaria grávida do rei não tinham nenhum fundamento, mas seu filho Henrique tirou o sono daqueles que pensavam que um varão ilegítimo podia ascender ao trono.

A irmã mais nova, levando em conta como o rei desprezara sua amante, exige que ele se divorcie quando percebe seu interesse.

A irmã sofre com a peste e manda chamá-la. Pensa se não seria um castigo e conta um sonho em que viu a si e a seu pai serem enforcados.

Ela se casa em segredo com um serviçal de seu pai.

Sua irmã sobrevive e casa-se com o rei. Ela é banida. Escreve cartas implorando ser aceita novamente na corte.

Ela se desespera vendo os dois sendo acusados de traição e presos na Torre. 

Herda ricas terras de seus pais e seu filho, Henrique, se torna importante conselheiro da Rainha.



Licença Creative Commons
O trabalho Maria de Afonso Jr. Lima foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em http://afonsojunior.blogspot.com.br/.

Nenhum comentário: