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segunda-feira, agosto 12, 2013

A criadora

Eles se chamam de Estado Francês. ela faz aniversário. C olha o azul liso e sem fim. Trabalho, Família, Pátria esculpido sobre as antigas palavras de 1789. esse homem quer roubar meu trabalho. salário de aprendiz. um velho diz que ela copiou seu mestre, ela atira a obra ao chão. As leis raciais começam a funcionar. aniversário do histérico. C anda pelas pedras claras. quando as amazonas chegarem, o padre disse, a arte será apenas delicadeza. eu não sou mãe nem esposa. C, na cama, sente frio. ele nunca vai largar a mulher. uma mulher não pode estudar o nu, o padre disse. Pode-se dizer que a seleção natural realiza seu escrutínio dia a dia, hora a hora, pelo mundo, de qualquer variação. trabalho doze horas por dia, suja, mãos duras. uma mulher não tem força para esculpir o mármore, o padre disse. o filho foi morto. escreve cartas. não me amarrem, não me amarrem. Rejeitando aquelas que são ruins e preservando e fazendo prosperar todas as que são boas. eu merecia algo mais, reclamo a liberdade. azul liso e sem fim. esculturas esquecidas nos móveis, malditas, são repartidas no inventário. natal. o funcionário do museu visita seu ateliê, elogia as três figuras nascidas do rompimento. aniversário da esquizofrênica. ela rasga a revista com: - Quando casares, senhorita, então criarás a beleza. C olha a parede de tijolos. quer roubar meu trabalho. Sobrevivência do mais apto: seleção artificial. as pessoas caminham na exposição e sorriem frente às obras. ela vende as últimas esculturas e vive solitária em seu quarto. C fica sem comer e morre.

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