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quinta-feira, julho 02, 2015

o eterno

O eterno quase, comédia da visão
não existe o corpo puro
sem metafísica - a pobreza
da linguagem é também pensar
por uma filosofia do olhar
que Pascal passe manteiga no pão
a literatura, volúvel beldade
gosta mesmo de bares, festas e prostíbulos
o esnobe saber derrotado
um pouco de Proust e muito mundo
Kant para pensar o cádmio e o mercúrio
no rio, a água podre que a africana bebe
a escola sem janelas e a chuva sobre o caderno
o conhecimento, esse vermezinho brilhante
agarrado às paredes, na escuridão
o bicho-vivo da vida e a cor do pintor
tudo muda, e assim o eterno

Afonso Lima

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