Páginas

Ajude a manter esse blog

terça-feira, novembro 17, 2015

Trecho do romance "Canções para Dias Difíceis" (inédito)

Trata-se de dinheiro, duto de bilhões dos contribuintes dos Estados Unidos, do petróleo do Iraque para corporações; abrir mercados com a guerra. Eliminar a indústria do país, invasão de trabalhadores estrangeiros, reconstrução com subcontratadas das subcontratadas que não fazem nada direito, governo que significa entregar pacotes de notas de cem dólares. Somente o que atinge fisicamente, os nervos, pode levar à pensar. 
Eles eram uma raça inferior, repetiu o comandante. Eles não entendem a democracia, ele disse. Eles gostam de empresas públicas ineficientes e corruptas. Eles tinham medo que suas empresas fracassassem diante da competição estrangeira. Vencem os melhores é uma lei biológica, dizia nosso comandante. Mas parece que os trabalhadores daquela fábrica se negaram a abandonar seus serviços. Agora não tinham água tratada, eletricidade duas horas por dia, usando lenha para cozinhar, um clérigo juntou desempregados para consertar as linhas de telefone, instalar geradores, dirigir o tráfico. A iniciativa privada comprou essa companhia, a primeira coisa que irá fez foi reduzir o pessoal. Eles pensam se colocam fogo ou se explodem dentro. Não será privatizada. Quatrocentos mil soldados demitidos com suas armas. Cimento e trabalhadores importados, sem geradores para as antigas empresas estatais que poderiam produzir. Empresariado financiando a violência, porque suas fábricas acabaram. 
Fecho os olhos. Escuro. Por que agora? A educação-lixo, os políticos fundamentalistas, oligarquias. O sistema de exclusão do Brasil, 

"Canções para Dias Difíceis" - Afonso Jr. Ferreira de Lima

Nenhum comentário: