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quarta-feira, setembro 07, 2016

Dança chinesa

Estou fazendo poesia da dinastia Tang
Para que a vida não seja reduzida
aos átomos, círculo de aço
Eles também precisam de sonhos
para surgirem e desaparecerem
Agora, o mundo por mim criado
a natureza invisível que guardo em mim
Desces pela rua e fico só
aquela amizade antiga eu deixo ir
Cansado de não compreender
e de suspirar a América
Talvez se fosse chinês
uma taça à lua e danço
São os amigos que deixo achar seu caminho
nessa fome de verdade e poesia
Falso lago e árvores milenares
Algum descer de sol no fim da rua
desprendem-se cachos vermelhos na tarde
uma luz prateada sobre os carros
acumulam-se rosidades sobre os galhos no caminho
o resto é artesanato, rima minha
ou lembrança de história contada
que tudo vem da rua primitiva
da cidade um pouco velha e da fantasia
nem o aboio do bicho no monte
nem o fogo de Outubro épico
aquele tempo mudo de vacas nostálgicas
Meu pincel processado criando canção
de vento, pedra e nuvem

Afonso Lima

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