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quarta-feira, abril 13, 2016

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Queria um romance comum como a gravidade
Um sonho de amor um drama normal cheio de pele e de mágoa
Mas tudo é rarefeito hotel solitário e pílula piscina sem água
e estou em são paulo

No alto, observo a cidade
são paulo é feia porque não tem verde
se são paulo tivesse verde seria bonita
mas são paulo tem verde
aqui, escuras folhas em primeiro plano curvo aço de luz
atrás um prédio dourado retângulo marrom janelas creme alto pastéis quadrados

as pessoas comem frutas e ouvem harpa sorrisos
é natal ou algo assim uma sacada, um prédio assinado uma exposição
o arco neoclássico compre aqui a ponta de um pinheiro
dentro da janela luzes vermelhas é uma agulha escura com luzes na ponta
um banco eu amor buraco
o futuro não pertence

é um jogo de dados
um deputado custa 4 milhões pode cair a nação
armadura e lança a educação exército cinzento maquiavélico show
umas rosas vermelhas uma lágrima seria bom
somos jovens deveríamos estar fazendo amor
marchas nas ruas suspiros em seus braços copos jogados seria fácil
olho de fora

não explicar incoerência e matéria
não tem verde ou flores brancas com violeta ligeiro janela indiscreta
o outro mundo se foi um monte de átomos amontoados sem alma
ganhamos o aqui e o agora presa nos dentes oba
não posso fazer afirmações eternas mas tudo isso me é estranho
retângulo marrom amor rasgado
uma sacada a noite
o futuro não pertence

Afonso Lima



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